Na Nigéria, cerca de oito milhões de produtores rurais vivem da plantação de mandioca. Anualmente, em torno de 38 milhões de toneladas do alimento são colhidos, mais do que em qualquer outra nação. Além disso, o local também é um grande produtor de caju. O centro de cultivo desses produtos está ao sudeste do país, em Ogbomosho, uma cidade do estado de Oyo. Lá, está localizado o centro de biocombustíveis da Agência Nacional de Desenvolvimento de Biotecnologia da Nigéria (NABDA), com a qual foi acordada a instalação das Mini Usinas Green.
Com capacidade de produzir mil litros de Bioetanol por dia, a Mini Usina faz uso das plantações locais. O projeto será piloto na produção de combustível para o uso em fogões nas comunidades rurais dos arredores de Ogbomosho. Posicionado ao lado dos campos de mandioca e árvores de caju, o equipamento utiliza, para a produção do Bioetanol,a produção excedente de mandioca e da fruta do caju, que é posta fora quando sua castanha está madura.
O projeto é pioneiro na Nigéria e um dos primeiros em todo o continente africano. Além da microdestilaria, a NABDA trará mil fogões movidos a Bioetanol, os CleanCookstoves. Tal equipamento foi desenvolvido para ser seguro e eficiente, e foi considerado o ideal para ser usado na África pelo projeto Gaia, uma organização sem fins lucrativos dedicada à promoção do uso de biocombustíveis e parceira do governo no objetivo de desenvolver socioeconomicamente as áreas rurais do país.
Além disso, o uso do Bioetanol trará dois grandes benefícios aos produtores e moradores locais. Os efeitos da poluição causada pela queima de madeira e querosene dentro das casas serão em grande parte reduzidos (essa prática oferece grandes riscos a mulheres e crianças, que podem morrer devido à inalação da fumaça), e serão criados mercados novos e estáveis para os produtores rurais de mandioca e caju. Ou seja, enquanto os fogões estabelecem o Bioetanol como uma fonte de renda estável, o combustível da microdestilaria fornecida pela Green satisfaz a necessidade das comunidades locais por alternativas mais modernas nas lidas caseiras. Além disso, o gerador que abastecerá a usina poderá fornecer energia elétrica para pequenas instalações.
Com o tempo, a vasta utilização do Bioetanol ajudará a estabilizar o preço da mandioca. Além disso, a NABDA acredita que, com o aumento da capacidade de produzir o combustível, o país irá atingir uma estabilidade energética, além de fortalecer as comunidades rurais. Tal estratégia passa pela redução da dependência da importação de combustíveis derivados do petróleo através da capacidade de produzir o Bioetanol em pequena escala.